19 dezembro 2019

[RESENHA] À Sombra do Jatobá - R. C. Maschio



TÍTULO: À Sombra do Jatobá
ANO DE LANÇAMENTO: 2018
EDITORA: Expressão & Arte
NUMERO DE PAGINAS: 168
CLASSIFICAÇÃO: 


SINOPSE: Há livros e personagens que participam de muitos momentos de nossa vida, com
quem dialogamos em silêncio, compartilhamos alegrias, frustrações, medos,
ansiedades. E com quem, sobretudo, aprendemos. O que não é a escrita senão um
compartilhar de experiências deste amadurecimento contínuo de que é feita a vida?
Senão um exercício de alteridade, de humanidade?
O livro de RC Maschio volta cerca de 140 anos no tempo, exorcizando fantasmas que
insistimos em manter colados à nossa psiquê coletiva, mesmo que não mais sob um
Brasil Império. Mas sobre isso falaremos ao final.
É preciso falar antes que “À Sombra do Jatobá” bem poderia ser simplesmente
“Ercília”, a personagem que alinhava o desenvolvimento de toda trama, em sua
condição de escrava - sem direito a quase nada, sequer à vida em alguns momentos -,
mas que persiste em sua autonomia inviolável enquanto ser, convicções e valores.
Esse é o grande aprendizado que Ercília nos deixa, bem como àqueles que lhe estão
próximos na história, como as meninas Teodora e Cândida: A de que podemos
encontrar nosso equilíbrio mantendo-nos invioláveis enquanto alma, espírito, sujeito ou
qualquer outra designação que a filosofia, psicologia ou religião costuma designar para
a nossa individualidade. Isso nada tem a ver com o discurso contemporâneo da
“resiliência”, que tem fins outros que não nos cabe citar aqui. Tampouco tem a ver com
resignação ou passividade, mas sim, com sabedoria.
De outro modo, voltar a este Brasil Império nos possibilita, uma vez mais, resgatarmos
páginas negadas de nossa história por um tipo de pensamento raso e desonesto muito
acentuado nos dias de hoje, que procura livrar-se de muitas responsabilidades que
deveriam estar sobre os próprios ombros.  Difícil saber, nesse ambiente tão
conturbado e polarizado que o Brasil vive nos anos recentes, como será recebida a
história de Ercília e de suas meninas Teodora e Cândida. Mas um escritor não deve
buscar a aprovação, o sucesso, senão dar voz às suas inquietações, ele tira de dentro
de si aquilo que os não escritores não conseguem alcançar. É uma viagem interna, ao
mesmo tempo em que, nesta obra, uma volta ao tempo necessária ao País.


        Quando comecei a ver resenha dessa obra rolando por aí eu não imaginava o quanto iria gostar tanto, vocês já sabem o quando eu amo histórias emocionantes, daquelas que toca em nosso coração, né?! Então essa é exatamente assim, que chega de mansinho e com toda trama bem elaborada acaba nos enchendo de ensinamentos!

          Eu me apaixonei pela escrita da autora, adoro quando o autor sabe conduzir bem a história e aqui temos uma ambientação incrível, realmente foi escrito com maestria onde foi fácil ser inserida dentro de cana cena cruel da época! 

         A personagem central dessa história é a escrava Ercília, vamos acompanhando sua trajetória de vida, de como se tornou ama de leite das irmãs Teodora e Cândida, duas jovenzinhas corajosas, rebeldes e completamente apaixonadas por sua nanã! E eu ameeei acompanhar essa relação entre elas, era um amor tão profundo e real, para as meninas não importava a cor da pele de Ercília, elas a respeitavam, a amavam.

      É preciso falar também sobre a crueldade que envolvia os negros, são tantas passagens tão dolorosas, que nos aprofundam ainda mais pela escrita detalhada com elementos da época. Sentia muitas vezes os pesares do escravos, que foram aprisionados e tiveram seus sonhos roubados.

        Preciso repetir que essa história é linda? Eu me vi muitas vezes emocionada com as revelações que Ercília, fiquei impressionada com a coragem das filhas de a protegerem e enfrentarem o coronel, pai delas!

       São tantas mensagens incríveis, mas a principal que ficou marcada em mim foi a de que pessoas boas, de luz nos inspiram com suas energias, elas nos tornam melhores e nunca irá importar a cor da pele dessa pessoa, seu coração e as coisas boas que ela fez é que realmente importarão!


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